Desistir de Portugal?
Hoje foi um dia triste para a investigação em Portugal, dia esse que trouxe âmagos de bocas a muitas pessoas que estavam esperançadas de conseguir uma bolsa de doutoramento/pós-doutoramento, entre as quais uma amiga de longa data da minha irmã.
Embora a minha situação enquanto bolseiro em Portugal fosse diferente da de muitos bolseiros, uma vez que já me tinha sido uma bolsa em 2010 (teria apenas de a ir renovando), ao me aperceber da deteorização das condições de trabalho nas instituições de ensino superior, decidi arriscar tudo e emigrei. Tudo pela salvaguarda da minha carreira enquanto investigador a médio e a longo prazo.
O meu conselho para todos aqueles que gostem de investigação e pretendam continuar a trabalhar no que gostam e têm apetência, não coloquem entraves se a única opção que vos restar seja a de emigrarem. De qualquer forma, não façam o erro de renunciar à nacionalidade Portuguesa por muita gana que possam ter, ou por muito que se sintam injustiçados. Renunciar à nacionalidade seria um gesto de ingratidão para com todos aqueles que vos amam e que vos viram/ irão ver partir lavados em lágrimas.
Devem sim continuar a ter orgulho de ser portugueses. E deverão sentir orgulho, no caso de conseguirem estabelecer uma carreira além-fronteiras, de terem construído um curriculum que me permita trabalhar, ao contrário de uma certa corja que (des)governa Portugal, de forma honesta e em qualquer parte do mundo.
Orgulho em ser Português não se resume a gostar de Portugal e de viver eternamente lá por mera teimosia. Orgulho em ser Português passa por não ter medo de ir além-mar.
Não há razões para ter medo!!!
Leitura complementar: Hoje a investigação recuou 20 anos em Precários Inflexíveis.